Numa época em que a informação é abundante mas muitas vezes manipulada, onde os meios de comunicação parecem ditar a realidade, surge um conceito, o de “Mediaverso”, desenvolvido pelo filósofo Alexis Haupt. Nesta era de hiperconectividade onde todos podem aceder a uma infinidade de informações com apenas alguns cliques, surge uma questão crucial: o que impede os indivíduos de se libertarem do Mediaverso?
No coração do Mediaverso reside uma falta fundamental: a da vontade de saber. Os meios de comunicação social, controlados por interesses especiais, distorcem a realidade e manipulam as massas. Neste universo paralelo, as verdadeiras questões são obscurecidas, relegando assuntos essenciais para segundo plano.
No Mediaverse, as declarações sensacionalistas de certas organizações, como a OMS, são amplificadas, desviando a atenção da verdadeira questão. Por exemplo, um aumento alarmante de casos de cancro será atribuído a causas superficiais, como a poluição, o álcool e o cigarro, enquanto factores sistémicos mais profundos serão ignorados.
Mas o Mediaverse vai além da simples manipulação de informações. Molda a percepção da realidade pelos indivíduos, criando uma dicotomia entre o que é apresentado pela mídia e o que é vivenciado no mundo real. As pessoas presas no Mediaverso negam as realidades evidentes diante dos seus olhos, preferindo acreditar no que lhes é apresentado pela mídia.
A psicologia dos indivíduos vítimas do Mediaverso é intrigante. A sua percepção da realidade é distorcida e podem negar os factos mais flagrantes para aderir a uma narrativa predefinida. Mesmo quando as evidências concretas contradizem as narrativas mediáticas, optam por ignorá-las, preferindo viver numa ilusão confortável.
É crucial reconhecer os perigos do Mediaverse. Ao concentrar a atenção em questões superficiais ou distorcer a realidade, desvia-se das questões reais. Por exemplo, as preocupações com figuras políticas distantes podem obscurecer ameaças mais próximas e mais prementes que afectam os indivíduos diariamente.