Todas as manhãs, uma força misteriosa, vinda do nada noturno, ilumina minha consciência diurna. Esses primeiros momentos são puros como o orvalho da manhã onde brilham as faíscas do novo Sol... Mas muito rapidamente este receptáculo se enche de meus pensamentos e memórias pessoais, minhas emoções e minhas inclinações instintivas. É a este conteúdo tridimensional que costumo dizer “eu”. Já não percebo o receptáculo sem o qual este conteúdo não poderia existir… Estas 3 dimensões misturam-se aleatoriamente criando o que sinto como “eu, a minha personalidade” que rola ao longo do dia graças à força da sua própria inércia… já não percebo que não sou essas 3 dimensões, são apenas minhas roupas. Na realidade sou o receptáculo, sou a presença silenciosa que o habita, que tem a força de escolher o que pode ou não ter acesso à minha consciência. Posso purificar, preencher essas 3 dimensões com novas capacidades, aprender a associá-las de forma harmoniosa. Ao fazer isso eu cocrio e atraio para minha consciência um mundo totalmente novo... E ao mesmo tempo, este Novo Mundo, ele se aproxima de mim por sua própria vontade, quer eu goste ou não... É a sua abordagem que desencadeia em mim o choque entre minha personalidade e minha nova consciência. Esse choque traz à tona de forma exacerbada esses 3 mundos que se destacam cada vez mais em mim... E cabe a mim escolher, e atualizar essa escolha todos os dias, qual mundo entre esses 2 quero tornar real vivendo isto...

Uma guerra está acontecendo? Mas onde está o seu campo de batalha? Não seria a MINHA consciência, a NOSSA consciência, a consciência de cada um de nós? …

Toda a humanidade vive uma crise análoga à minha, à nossa crise individual, uma crise sem precedentes... Na realidade, é a nossa crise interior que se projeta para fora e provoca o abalo da civilização como ainda a conhecíamos. atrás.

A velha inconsciência, a prisão da minha pequena personalidade, não quer se soltar. Seria surpreendente? Ela quer garantir sua sobrevivência, ela quer proteger o perímetro que engloba a pequenez de sua existência virtual. A morte é sua angústia mais profunda. Ao tentar escapar, ilusoriamente, ela está pronta para qualquer coisa... Como a mega-personalidade de toda a humanidade? Ela se mostra disposta a renunciar à quimera da liberdade em nome da falsa promessa de segurança?...

Essas sombras fantasmagóricas e apocalípticas, elas têm sua própria realidade? … eles estão subindo por uma e única razão – a vinda da poderosa Luz, da consciência de um Novo Mundo.

texto proposto por Konstantin Bondarenko